'A MODA E A NOSSA CULTURA'

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Malude Maciel.


Dizem que moda é uma questão de gosto, cada um tem o seu. Partindo desse princípio, cada pessoa pode e deve fazer a sua moda, vestir-se de acordo com o que lhe convém; o importante é estar bem, e satisfeito consigo mesmo. No entanto, é preciso não cair no exagero, nem no ridículo. A sensatez tem que estar presente em todos os momentos, pois não se vai partir para o absurdo de comparecer de bermudas numa festa social, de casamento, por ex., nem ir de vermelho a um velório. Vale o bom senso, como também é válido consultar especialistas, mesmo que se respeite, totalmente, as individualidades.

A História nos conta e mostra que há incríveis diferenças nos hábitos de vestimentas nas regiões brasileiras, sendo o Brasil um país continental e ter sido colonizado por diversos povos recebeu inúmeras influências que se mesclaram com o já existente e formaram um leque de opções disponíveis aos seus habitantes. Dizem que o cangaceiro Lampião bordava divinamente e também costurava; lançou uma moda onde as roupas  confeccionadas com um tecido azul (Alvorada), rústico e resistente às suas investidas pelo mato, continham bordados coloridos inventados pelos componentes do grupo. Hoje, polos agrestinos como Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, além de Caruaru, ditam moda regional todos os dias; e, com a conhecida “Feira da Sulanca” não faltam modelos novos.

O clima é um divisor de águas no uso cotidiano das vestes, porque o calor de um verão nordestino não condiz com peles e tecidos quentes e grossos utilizados contra o frio sulista, americano e europeu. Logicamente a preferência é por vestuário leve e fresco.

Evidentemente que sempre existiu a alta-costura com nomes famosos mundialmente conhecidos e a moda tem variado muito ao longo dos tempos; ora se usa algo, ora aquilo não está mais em voga, especialmente com referência a roupas e calçados femininos. Os vaidosos ficam de olho na moda para não perder de vista nenhum dos lances que ela dita. Outros nem tanto, preferem a comodidade. Mas, há modismos que marcaram épocas e atravessaram gerações sempre no auge da elegância, como é o caso da estilista francesa, Coco Chanel, que lançou às mulheres, uma moda inteligente, bonita e prática que permanece em pleno vigor em todo o mundo (Calças compridas e tailler). Entre nós a fama de Dener Pamplona, paraense, nascido no arquipélago de Marajó, mas radicado inicialmente no Rio de Janeiro onde foi o estilista oficial da bela primeira-dama da República, Maria Teresa Goulart, esposa do presidente João Goulart; depois fixando seu atelier em São Paulo, na av. Paulista: Era um luxo. Também no Sul, tivemos o “papa da alta costura brasileira”, Clodovil Hernandes, e Marcílio Campos, em PE. era inquestionável. Em Caruaru, Nícia Barbalho tinha a última palavra no setor, sem desmerecer especialistas de alto nível como Rilda Pierre de Mendonça que fez meu vestido de noiva, com esmero.

Por esse motivo, devemos ter por base a opinião dos mais entendidos, sem perder a personalidade jamais, no entanto ficando sempre atualizados sem despencar no ridículo. Lamentavelmente vemos desfiles apresentando “manequins” com modelos tão estranhos que dificilmente seriam aprovados pela maioria e isso não tem durabilidade, logo se esvai como plumas ao vento. 

Por: Malude Maciel - Membro da ACACCIL – Cadeira 15 – Profa. Sinhazinha.


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