PESCA CORUMBÁ – PANTANAL - BARCO KAYMÃ 2022

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Marcos Eugênio Welter.

 Após dois anos de grande expectativa, pois esta pescaria foi postergada face à Covid, mas estes anos foram de prazerosos encontros na chácara do Beto Stack  em que jantamos ovelha, vaca atolada ,enfim deliciosos pratos preparados pelos eficientes Christian, Feu e Edegar, então, capitaneados pelo competente e dedicado Ferraz, degustando uma deliciosa cachaça Oppa Staack, havia a reunião preparatória em que eram traçados os assuntos relativos à pescaria para em seguida iniciarem os jogos de cacheta, etc. Assim, estes dois anos de espera foram muito agradáveis.

10/06 – Alguns viajaram de avião, outros de camionete e conforme combinado, exatamente às 21 horas partimos da Aradefe em confortável ônibus da Massaneiro rumo a Corumbá. Os acentos de cada um haviam sido previamente sorteados, e era uma satisfação ver os olhos arregalados de prazer do Dirk, que veio da Suiça especialmente para esta viagem, e que é filho do bom amigo Christian sentado lá no segundo andar, na primeira fila apreciando as belezas naturais de nosso país.

Nossa primeira parada foi em Garuva e seguimos até Imbaú, também no Paraná, onde tomamos um café, sendo que às 9 horas da manhã já estávamos em Maringá, com temperatura muito baixa. Durante o trajeto o Ademir e o Alex preparavam e serviam mini-sanduiches. O Sandro Noveleto, de Itajaí disse que precisava do remédio, pegou um estojo com uma cruz vermelha, era na verdade um estojo de bolso para whisky e serviu uma deliciosa cachaça do ano 1.978, daquelas de degustar de olhos fechados. O Civinsky também partilhou seu chimarrão. Às 11 horas chegamos na pujante Uvel de Umuarama onde o Homero nos esperava com café, pipoca e quentão. Sim, está muito frio. Seguimos para o Rancho do Cavalo, um lugar aprazível onde o Homero nos mostrou o gado, o açude e os cavalos, inclusive adentrou na varanda montado. Sua acolhedora equipe nos serviu carne de galinha velha, rabada e outros quitutes muito gostosos. Após seguimos ao Hotel Caimã para banho e descanso. As 20 horas jantamos pizza e rumamos para Corumbá onde chegamos às 12 horas, almoçamos, fomos numa loja de artigos para pesca 3 às 15 horas embarcamos no tão sonhado barco Kayamã, imponente com cinco andares, onde a Joyce, proprietária mandou preparar um farto buffet de aperitivos, apresentou os piloteiros, os 10 tripulantes, os oficiais inclusive o capitão Jacaré, também nos presenteou a todos  com camisa e boné cortesia da JoyceTour, assim ficamos bebericando até às 19:3- quando foi servido caldo de piranha e costela de pacu isto comp aperitivo, sendo bebidas à vontade, então ficamos contando causos, jantamos e fomos dormir. Meu companheiro é o Jacinto Pedro Lira. O barco navegou a noite toda.

13/06 – Acordamos às 6 horas, abri a janela, a temperatura estava a incríveis 10 graus e me deparei com aquela visão maravilhosa do Pantanal. Na grande queimada de 2019, provocada pelos moradores locais, muitos animais morreram e outros não vemos mais como o Tuiuiú, ave símbolo do Pantanal. Como não estava preparado para tanto frio, consegui comprar de um dos  funcionários do barco uma jaqueta impermeável com capuz. Saímos de lancha com nosso piloteiro, pescamos a manhã inteira, cada um pegou só um peixe, voltamos às 11:30  para aperitivos, almoço, descanso e às 14 horas voltamos à lancha com o Simeão e como está frio, muito pouco rendeu, mas o Gói pegou um jaú de perto de 20 Kg e o João Paulo outro um pouco menor, o segredo foi a isca. As 17:30 todos a bordo, luar magnífico enfeitava ainda mais o cenário, banho, aperitivos, janta e cama. 

14/06 – Como todos sabemos os animais, inclusive os peixes se alimentam no começo e no fim do dia, assim acordamos às cinco horas, café e pé na estrada, quer dizer, de lancha rio acima. Pensei que logo iríamos parar, estava frio, mas o Simeão tocou direto duas horas, pegamos pouco, eu ferrei um que estourou a linha, serve de consolo aquela sensação gostosa de ficar brigando com o peixe. Fomos para o barranco, em baixo de árvores, pois hoje é dia de petiscos de peixe e carne com pão, todos felizes, contando causos. A Água está fria, portanto o peixe não costuma fisgar. À tarde pescamos mais um pouco, o Alcides pegou um belo pintado de 15 kg, retornamos ao barco grande, o Ferraz pegou uma variedade de peixes então seguimos para  aperitivos, conversas, janta, e cama.

15/06 – Acordamos às 6 horas, café, avisamos ao Simeão que não queríamos ir muito longe tocamos uns vinte minutos e paramos junto à divisa da Bolívia e Batalhão do Exército Brasileiro. Rendeu pouco peixe, contudo estar no pantanal é um refrigério para a alma. Às 11:30 almoçamos e à tarde retornamos, só pegamos cachara e piranha, mas vimos araras vermelhas que faziam algazarra nas árvores só para nos alegrar. Hoje quem se deu bem foi o Wladi, que no corrico pegou 6 dourados. O Beto também se deu bem na pescaria de hoje, está muito faceiro. O Edemar, por uma barbeiragem do piloteiro caiu n’água com documentos e celular. Felizmente tudo bem, o por do sol alaranjado magnífico, rendeu muitas fotos.  Aperitivos, abraços, todos alegres jantamos. 

Era muito bacana ver algumas duplas de pai e filho, como foi o caso do Christian com o Dirk, o Rogério com o João Victor, o Homero com o Bruno, o Axel com o Alef, pois isto nos dá a certeza de que daqui a uma geração estes levarão também seus filhos e a tradição continua.   

O barco viajou a noite inteira retornando, agora rio abaixo, rumo sul. Às 6 horas tomamos café e saímos de lancha. O Simeão deixou o rio Paraguai, entrou num corricho e da mesma forma que outros, se perdeu, demos voltas e após meia hora chegamos na Lagoa Vermelha onde tocou mais meia hora, pegamos pouco peixe, nada rende, então outra hora para voltar pelo mesmo caminho. Assim, passamos duas horas mas valeu por vermos um bando de macaco bugio o que encheu nossos olhos. Sapateiros voltamos ao Kayamã energizados com a vista esplêndida do pantanal. Como era o último dia de pesca, gratificamos o piloteiro com verba pré-arrecadada. Após o almoço o Ferraz entregou ao capitão um envelope com quatro salários mínimos. O Sandro lá em cima no último andar,ao lado da piscina, cantando e tocando violão para agradecer às aves e aos animais  pela companhia. Fui a convite do comandante Sr. Padilha, juntamente com o João Paulo, à cabine de comando enquanto navegávamos.  

O Barco Kayamã – É o segundo maior barco de navegação fluvial do Brasil, construído por um milionário para passear com seus amigos, mas infelizmente faleceu antes de concluir esta obra prima que tem 60 metros de comprimento por 14 de largura, com cinco andares, navegando desde 2016, tem capacidade de 20.000 litros de diesel e mais um tanque de 12.000 litros de gasolina para as 26 lanchas. 10 tripulantes e mais 50 profissionais servem os turistas que usam as 26 amplas suites que tem cada uma duas camas, espaçoso banheiro, tv, frigobar, ar condicionado e varanda com duas cadeiras e uma mesinha. Tem também piscina, sala de ginástica e um deck. Isto fora a área mais embaixo que abriga os 60 tripulantes e outros profissionais. Se quiser fazer reserva, só para daqui a um ano e meio, pois está permanentemente ocupado. Navegamos a uma velocidade de cruzeiros de 15 km por hora, isto rio abaixo, pois rio acima vai só a 9 km por hora sendo que nos deslocamos por 287 km, tanto na ida como na volta.  Eram 21 horas quando chegamos a Corumbá, que estava prateada pelo magnífico luar, embarcamos no ônibus, às 5 horas parada em Miranda para café e às 11 almoçamos no Restaurante da Ponte, em Presidente Prudente, apreciando o Rio Paraná onde havíamos feito nossa última pescaria. Tornamos a embarcar, uns conversavam alegremente, outros jogavam enquanto alguns dormiam. Às 3 da madrugada chegamos a Brusque, energizados, felizes  com as novas amizades e o fortalecimento das já consolidadas, ansiosos por abraçar os familiares, com um profundo sentimento de gratidão, a cada companheiro, em especial ao Beto, ao Ferraz, ao Homero, ao Ademir, ao Ricardo, à Joice, ao Geraldinho e em especial ao Grande Arquiteto do Universo, que a nosso favor tudo arquiteta.  

Quando fui pescar pela primeira vez no Pantanal, há 50 anos,  vi uma placa em que estava escrito.

- Uma inscrição assíria, do ano 2.000 antes de Cristo diz: “DEUS NÃO DESCONTA DE NOSSAS VIDAS O TEMPO QUE PASSAMOS PESCANDO”. Que assim seja. Vida longa aos companheiros pescadores.

Por: Marcos Eugênio Welter - Trabalhou como Advogado e Funcionário do Banco do Brasil, 
Membro do Conselho Superior Internacional da Academia de Letras 
do Brasil.


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