'POR ONDE ANDAM OS DEFENSORES DA DEMOCRACIA E DOS DIREITOS HUMANOS?'¹

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José Francisco dos Santos.


O ano de 2022 precisa ser estudado e detalhado em textos ainda a serem produzidos, por ter sido um dos anos mais emblemáticos da nossa história. Parte dessa história, especialmente o que aconteceu em Brusque após o segundo turno das eleições presidenciais, já me propus a escrever e estou esperando a oportunidade em que o tempo seja mais favorável.

Mas, em resumo, podemos afirmar que o povo brasileiro, que em massas nunca antes vistas, encheram as ruas do país em diversas oportunidade, manifestando seu repúdio aos desgovernos e às ideologias que dominaram o país nas últimas décadas, sofreu um golpe quase inimaginável, para quem não conhece os meandros do sistema que foi se instalando no país.

Com um discurso em nome da democracia, uma minoria poderosa e ricamente financiada por organismos internacionais e apoiada pela quase totalidade das mídias tradicionais, perpetrou, a olhos vistos, um golpe ao sistema democrático, que será muito difícil reverter.  

O poder legislativo e o poder judiciário, através do STF, se uniram para minar o governo federal e cometer inimagináveis atentados ao Estado de Direito, até que o poder executivo federal fosse novamente dominado.

O TSE funcionou como comitê de campanha do candidato que o povo rejeitava e, num pleito eleitoral eivado de ilegalidades, o povo foi derrotado.

Por mais de dois meses, o povo, que o sistema liberal afirma ser a fonte do poder, acampou em frente aos quartéis, pedindo ajuda ao único poder que ainda poderia salvar o país: as forças armadas. Mas, no último lampejo de esperança, constatou que o alto comando das forças armadas também fazia parte do esquema.

Além de não impedir o golpe perpetrado, que fez o país ser tomado de assalto, os comandantes do quartel de Brasília entregaram os manifestantes que rezavam e cantavam em frente ao batalhão, à polícia federal. E centenas de pessoas inocentes foram presas por “atos antidemocráticos” ou “terrorismo”, conforme a mídia aparelhada queira descrever.

Os atos imputados a essas pessoas são a invasão das sedes do poder em Brasília.

Ocorre que há provas mais que suficientes para determinar que toda a invasão e o quebra-quebra ocorrido em 8 de janeiro foi feito por infiltrados da esquerda, bem antes da chegada dos manifestantes que foram até a esplanada dos ministérios. Há vídeos mostrando toda a armação e uma CPI que quer trazer a limpo todos os fatos.

Mas, como pode, num Estado de Direito, tudo isso ser ignorado enquanto pessoas inocentes são mantidas presas?

E além disso, parlamentares e prefeitos eleitos estão sendo cassados ao bel prazer da cúpula do TSE.

A cassação do deputado Deltan Dellagnol é emblemática. Comemorada em Paris por Zé Dirceu e o advogado Kakay, a cassação representa o desmonte da operação Lava Jato - que nos deu esperanças de derrotar a corrupção - e a assunção do crime organizado ao poder.

Uma feroz ditadura, que já fincou os pés nas estruturas do poder, vai se assenhoreando de todos os meios de controle da nação. A liberdade de expressão só existe para quem faz parte da turma e repete o mesmo discurso.

Mas uma questão me é ainda mais espinhosa: por onde andam os defensores dos direitos humanos e da democracia?   ONGs, professores universitários, artistas  e instituições que sempre se arvoraram em baluartes da defesa do Estado de Direito?

O silêncio conivente dessas pessoas e instituições só mostra o quanto fomos enganados por muitos anos por esse discurso pseudodemocrático. 

Enquanto ainda oramos aos céus e procuramos manter a lucidez e um fio de esperança, olhamos enojados para todas essas pessoas e instituições que se diziam defensoras dos direitos humanos, mas que só se mobilizam para defender as causas dos donos do poder mundial: o aborto, a ideologia LGBT, gênero, linguagem neutra, medicamentos experimentais obrigatórios e coisas desse tipo.

Se há algo que podemos capitalizar nesse mar de desgraças, é o desmascaramento desse discurso pretensamente defensor dos direitos humanos e da democracia. Eles ainda se servirão das mídias tradicionais para continuarem vendendo seu discurso vazio, mas não enganam mais quem tiver alguns neurônios saudáveis e um pouco de vergonha na cara.

Em Brusque, há uma única instituição que realmente defende os direitos humanos, e que, portanto, não se cala diante de nenhuma injustiça e diante do desmantelamento do Estado de Direito. Trata- se do Grupo de Proteção à Infância e Adolescência – GRUPIA. Que nós nunca nos entreguemos, nem percamos o foco.

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¹Alocução apresentada na assembleia ordinária do Grupia – Grupo de Proteção da Infância e Adolescência, no auditório do Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE, em 15/06/2023.

Por: José Francisco dos Santos - Prof. Zezinho, consultor do GRUPIA. Graduado em Filosofia
pela UNIFEBE, Especialista em Fundamentos da Educação pela FURB, Mestre e Doutor em
Filosofia pela PUC/SP, é professor do Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE,
Faculdade São Luiz e Faculdade Sinergia.



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