TRAGÉDIA AMBIENTAL

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Arlinda Lamêgo.


As expressões crise ambientais e crise climática são a raiz de uma história de exploração e negligência, lucro acima de tudo às custas de vulneráveis. O colapso ecológico tem a ação humana como principal responsável que resulta na perda da biodiversidade dos solos, da fauna e da flora.  Perdem-se espécies a uma taxa 1.000 vezes maior na história da humanidade. 

Depois da Revolução Industrial até meados do século 20, o impacto socioambiental foi lento. O fim da Segunda Guerra Mundial elevou o patamar para 85%. Contabiliza-se mais da metade as emissões da queima de combustíveis fósseis nos últimos 30 anos, com erosões, salinização, desertificação e inundações.  

O ano de 2024 teve alta de 217%, superará 300 mil focos em todo Brasil, maior no Centro-Oeste. No Mato Grosso do Sul, foram registrados 11.990 focos, no Mato Grosso, 45 mil focos, quase ¼ do total nacional. 

Em 200 anos, o planeta aumentou a temperatura em 1,29°C. Grande ameaça à sobrevivência dos animais aquáticos em 23 lagos dos mais de 60 existentes. Na bacia do rio Solimões, Tefé e Coari, mais de 330 botos nos lagos forma encontrados mortos. O rio Paraguai, que banha o Pantanal apresentou seca e escassez de água.  No Baixo Solimões, excesso de radiação solar apresentou turbidez da água. Virou deserto o trecho do Solimões em Porto Praia. A bacia direita do rio Amazonas está em situação crítica, nos rios Madeira, Purus e Tapajós. A maior hidrelétrica de Belo Monte, 100% brasileira na bacia do rio Xingu, está com dificuldade no fornecimento de água para 560 mil habitantes em 23 cidades do Mato Grosso e Pará. Na região de Tefé, os barcos pequenos sao ancorados a 3 km, ante 2 km em 2023. Indígenas Kokamas, Tikunas e Mayorunas venderam o material de pesca. 

As Nações Unidas afirmam que a Terra deve atingir o “ponto de não retorno”, em 2030.  Em 2024, incêndios destrutivos, especialmente na Amazônia e no Pantanal, um Brasil com 60% de seu território, o pior ar do mundo em São Paulo, que teve 7.855 focos de incêndio, alta de 428%, no Rio de Janeiro 184% a mais.   Os incêndios deram prejuízo de R$ 14,1 bilhões ao país. O combate às chamas no Pantanal, na Amazônia e Cerrado teve resposta menor à ajuda dos governos federal, estaduais e municipais onde ardiam no Pantanal 13,4% do bioma, na Amazônia, 2,8%, no cerrado 2% de sua área total. O Pará teve 17.297 focos, mais de 21% no Brasil. São 

O IBAMA multou em milhões, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão por crimes ambientais no bioma pantaneiro (MS). 

As petroleiras são livres de punição, sem cobrança pela crise climática. A fórmula para enfrentamento do problema de aquecimento global é bastante conhecida: reduzir as emissões de gases de efeito estufa, uso de fontes de energia limpa e renovável, implemento de práticas agrícolas sustentáveis e tecnologias para a captura e armazenamento de carbono. A boa noticia é que precisarão 200 milhões de anos para a Terra ficar inabitável.

Por: Arlinda Lamêgo - Recifense, Médica, Escritora e Poeta.


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