DIA DA MULHER

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Malude Maciel.


Outra vez se aproxima o chamado DIA INTERNACIONAL DA MULHER. Logicamente que se refere, não a um grupo privilegiado, A ou B, mas, à todas as mulheres da face da Terra, por isso mesmo o olhar, a atenção, o pensamento e a reflexão associados a essa data devem observar tudo o que aconteceu e vem ocorrendo na trajetória feminina ao longo dos tempos. Naturalmente seria cansativo para não dizer, impossível, fazer um levantamento histórico desde Eva até as gatinhas de hoje, porém, quando se fala nesse tema é obrigatório fazer um retrospecto mental das evoluções como também das decadências que o chamado “sexo frágil” tem enfrentado no decorrer dos anos. Não cabem, simplesmente, palavras bonitas neste momento, mas uma análise real da situação da personagem em foco.

Falar do espaço conquistado pelas corajosas e bravas representantes femininas, à duras penas, nas áreas de trabalho, educação e status será desnecessário pois, o mundo tem assistido, à olho nu, como as mulheres têm enfrentado e desempenhado as mais estranhas profissões, cargos e condutas que antes só eram permitidos e ocupados pelos varões. A presença da mulher nas artes, ciências, política, na área militar e demais lugares onde cada uma se acha capaz só tem trazido crescimento e riqueza para todos os seres humanos que devem ser iguais perante a Lei e a Justiça. Para que isso se concretize cada dia mais, urge que as mentalidades se ampliem no sentido de cada pessoa saber seu limite, seu papel, suas capacidades, aptidões e, antes de tudo, primar pela própria dignidade e a do próximo, independente de sexo, cor, posição social ou intelectual. É nesse ponto que queremos chegar e debater porque ainda existe muita gente por aí, sem entender a evolução e sem querer compreender que lidar com a pessoa humana é estar diante de um mistério insondável de dons, potencialidades, sentimentos, emoções, vida e tudo isto tem que ser considerado, no entanto, essa adaptação tem sido lenta e nem sempre aceita de bom grado. Os homens, muitas vezes se sentem ameaçados ou perdidos no seu novo papel de macho, que indiscutivelmente não poderá ser aquele dos séculos dos famosos coronéis, onde imperavam os machões e somente sua autoridade e absoluta vontade poderia reinar nas famílias, nas propriedades, nas empresas, nas conversas, na política, na religião, em tudo mandavam e desmandavam. Hoje a mulher tanto vota como é votada, evoluiu sem perder a doçura nem a beleza (talvez tenha perdido um pouco da candura, pureza e moralidade devido às circunstâncias das próprias decepções e também a chamada “evolução dos tempos”)mas, está consciente de que deseja mais amor e consideração do que apenas casa e comida, sabe de seus direitos de cidadã e pretende passar às gerações futuras uma nova fórmula de felicidade e qualidade de vida, com mais razão do que coração, sem perder a ternura jamais. 

Quando chega o dia 8 de março a cada ano, sentimos a vontade de passar muita coisa à limpo, fazer uma grita e dar um basta para que não nos façam de bobas. Aprendemos na Escola a conjugar os verbos nos tempos: perfeito e mais que perfeito e assim teriam que ser TODAS as nossas ações, como também fomos educadas para isso, sermos perfeitas, mais que perfeitas e, sobretudo submissas e dependentes dos pais, maridos, filhos, no caso, ao sexo masculino. A coisa vem mudando, ora a passos de tartaruga, para as mais conservadoras e sensatas, ora virando a mesa para as mais ousadas. Importante é que estamos caminhando e não podemos parar nem nos conformarmos diante das estatísticas de que, a violência física, mental e psicológica continua muito presente contra as mulheres. Por ex.: só no mês de janeiro/2006 foram assassinadas 44 mulheres  só no Estado de PE.; aumentou o índice dos casamentos desfeitos, separações, divórcios, estupros, abandonos de lares, exploração de menores, exploração sexual em geral, maus tratos, humilhações, etc. afora os adultérios que machucam, ferem, matam a alma sonhadora da mulher que espera fidelidade do parceiro e se revolta diante dessas realidades cruéis. Há coisa pior do que uma traição?  Dizem que a maior inimiga de uma mulher honesta é outra mulher, sendo desonesta, daí uma concorrência desleal, sem regras, sem limites passando-se por cima dos outros com valores invertidos, gerando desgraças e sofrimentos de ambas as partes, não apenas no aspecto amoroso e sentimental, mas deslealdades nos relacionamentos de amizade, trabalho, convivência, sem ética, nem pudor, nem dignidade. Por outro lado sabemos perfeitamente que somos uma grande parcela de consumidoras e isso pesa no marketing do comércio em geral aí pensamos, será só por isso que somos lembradas, por interesse meramente comercial ou estão reconhecendo com louvor nosso trabalho, dedicação e afeto, tão importantes nas famílias e em qualquer lugar onde se encontre uma verdadeira mulher?

Iremos nos deparar com aquelas costumeiras “homenagens” que muitas vezes, não passam de embromação. Não somos mal agradecidas, é que, em paralelo com as flores que nos ofertam, olhamos de lado e enxergamos muito bem que não existe um mar de rosas , nem ao menos uma vida digna para as  nossas representantes  nesse planeta. Que o digam as ocorrências das Delegacias das Mulheres e a exploração sexual de nossas meninas, além da desvalorização em geral da pessoa só pelo simples fato de ser mulher. Quantas mulheres são mal tratadas dentro de suas próprias casas e têm até vergonha de prestar queixa ou não têm a quem recorrer, permanecendo numa escravidão mascarada, encoberta pela falsa moral ou um silêncio cínico de leis que beneficiam o lado masculino menosprezando a dignidade da esposa, da família, da moral e dos bons costumes, quando os homens podem fazer o que bem entender sendo aceitos como seres superiores por uma sociedade decadente.

Fomos feitos Homem e Mulher como imagem e semelhança de Deus. Não deixemos o mundo nos moldar como inferiores jamais. Não queremos ser hipócritas nem endeusadas, muito menos doidivanas, porém pessoas normais, com virtudes e defeitos, que erram e acertam, mas buscam o equilíbrio na paz e na harmonia entre os povos.

Toda essa ideologia de igualdade, liberdade e fraternidade é muito difícil de realizar, todavia, temos que continuar na luta, firmes, de uma forma ou de outra, porém unidas, (união é outro ponto fundamental no relacionamento entre as mulheres, pois a inveja e o ciúme atrapalham a marcha para a vitória) pensando no que se tem conquistado nos diversos campos, no progresso social pelo qual está se pagando um alto preço, mas não podemos baixar a guarda nem tão pouco cair na vulgaridade, confundindo liberdade com libertinagem, dando exemplo de competência e exigindo dignidade, direitos e deveres como cidadã em qualquer parte de mundo.

O maior presente, ou seja, a palavra chave será sempre o RESPEITO, cultivado no dia a dia de nossas existências, dentro dos lares, nas ruas, nas escolas, nos estabelecimentos, nos transportes, em qualquer lugar, onde uma mulher estiver presente, aí terá que existir o Respeito e o reconhecimento pela sua figura feminina, de avó, mãe, de filha, irmã, de esposa, amiga, companheira de todas as horas, de beleza, amor e responsabilidade. Aí sim, estaremos contentes a cada momento, sem precisar de apenas um dia no ano para se sentir amada e respeitada como criatura de Deus.

Afinal, uma vida plena de responsabilidade e respeito mútuo não é fácil, porém possível e, o pior é que quando estamos aprendendo a viver em harmonia consigo mesmo e com o próximo, já é quase hora de partir.Vivamos pois, cada instante como se fosse o último. Viva a MULHER em sua plenitude!

Por: Malude Maciel - Jornalista, Escritora e Membro da ACACCIL 
Cadeira 15 – Profa. Sinhazinha.


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