RITMOS MUSICAIS BRASILEIROS

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José Vieira Passos Filho.

 

“A música popular brasileira (MPB) é uma das mais ricas do mundo. Os últimos 100 anos foram marcantes para a consolidação da melodia brasileira. Chiquinha Gonzaga com “O Abre Alas” deu a arrancada. Depois, muitos compositores se destacaram. Sem sombra de dúvida Noel Rosa e Chico Buarque são os grandes destaques de nosso cancioneiro popular.” Assim se expressou meu primo Jaime Victal dos Santos em sua publicação de 2007: “Comentando a música popular brasileira”.

O forró e o xaxado nordestinos foram os gêneros musicais difundidos no Brasil por Luiz Gonzaga com sua sanfona de 120 baixos, acompanhado por uma zabumba e um triângulo. “Asa Branca” é a canção símbolo do nordeste. Dominguinhos, forrozeiro pernambucano, foi cantor, sanfoneiro e compositor; fez parceria musical com Gilberto Gil, Nando Cordel e Chico Buarque, Anastácia, entre outros. Ainda comentando sobre o forró, cito Jackson do Pandeiro (dezessete e setecentos), Genival Lacerda, Cremilda, Zé Ramalho e Sivuca (feira do mangaio).  

A partir da década de 1930, os ritmos carnavalescos predominaram no carnaval carioca. Era o carnaval de rua: Um Pierrô Apaixonado de Noel Rosa e Cidade Maravilhosa de André Filho, na voz de Aurora Miranda, são exemplos. Ainda cito: Bandeira branca, amor, / Não posso mais / Pela saudade que me invade / Eu peço paz; de Max Nunes e Laércio Alves, gravação de Dalva de Oliveira.

Na década de 1960 começou a hegemonia das Escolas de Samba, que predomina até hoje. “Começou na Avenida Rio Branco, daí para a Presidente Antônio Carlos, depois para a Avenida Presidente Vargas e finalmente para a Marquês de Sapucaí onde ganharam o Sambódromo, construído no governo de Leonel Brizola.”

Antes da televisão, os programas radiofônicos predominavam. Os cantores recebiam cognomes: Vicente Celestino, a Voz Orgulho do Brasil; Francisco Alves, o Rei da Voz; Carmen Miranda, a Pequena Notável; Araci de Almeida, o Samba em Pessoa; Silvio Caldas, o Caboclinho Querido; Augusto Calheiros, a Patativa do Nordeste.

O Modernismo (com o rock) – que não respeitava as regras gramaticais -  e a Bossa Nova – letras mais populares e românticas -, surgiram em seguida, a partir dos anos 1960. Vinícius de Morais foi seu grande expoente. Cito também: Edu Lobo, Elis Regina, Chico Buarque, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Gilberto Gil, Gal Costa, Erasmo Carlos, dentre outros.

Hoje, a música brasileira produz barulho para o público pular. Muitos dos nossos melhores letristas e compositores já se foram; outros estão envelhecendo. Sou alagoano, louvo o folclore de minha terra; gosto de um bom forró e de ouvir uma cantoria de viola, com uma dupla de repentistas.

Por: José Vieira Passos Filho - Pres. da Academia Alagoana de Cultura, Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Sócio Efetivo da Academia 
Maceioense de Letras, Sócio Honorário do SOBRAMES (AL), Sócio 
Efetivo da Comissão Alagoana de Folclore.


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