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Malude Maciel.


Os jornalistas, repórteres, escritores e todos nós, sensitivos, que sabemos captar os sentimentos das pessoas, das gentes e conseguimos gravar no papel, os anseios de tantos que nos cercam e a imprensa em si mesma, temos esse dom e obrigação de mostrar, registrar, divulgar e levar à tona o que acontece no dia a dia da comunidade onde vivemos e recolher informações que se transformam em notícias, dando vulto aos pensamentos, desejos, reclamações, ideias e sugestões para que cada um possa expressar seus pensamentos de melhorar o convívio humano.

É nesse aspecto que se observa o que se passa em determinados lugares e momentos, se avalia e quase naturalmente se registra o que está se passando e se há uma maneira de se fazer algo que melhore situações passíveis de melhoras.

Dessa forma verifiquei, esta semana, dois assuntos que têm relevância diante da insatisfação popular e dos comentários que não se pode calar até que as providências sejam tomadas.

O primeiro caso se refere ao mal atendimento bancário pelo qual  o usuário tem que passar quando precisa de dirimir alguma questão junto aos Bancos. Diz-se que o cliente bancário é sempre o mais sem prestígio no âmbito de seus direitos. Pelo que se sabe, todo cliente tem prioridade e que deve ser bem atendido, com presteza, respeito e rapidez e que tudo deve ser feito para deixar um cliente bem satisfeito. Isto é uma regra de ouro que ganhou até aquele adágio de que: “quem manda é o freguês”. Porém, está bem claro que esta norma só se tornou rígida no comércio, onde o cliente tem a liberdade de voltar ou não à loja, deixando o comerciante prejudicado sem a sua presença; para os bancos acontece justamente o contrário, ninguém faz nada para facilitar a vida de um cliente, (talvez porque este ache descabido guardar o dinheiro debaixo do colchão). Nota-se um verdadeiro descaso com aquelas enormes filas se arrastando, desordenadamente, com todo mundo reclamando e sendo obrigado a permanecer ali com a finalidade de resolver seu caso. Os funcionários são pouquíssimos para a demanda da clientela e por sua vez, como não podem resolver o problema, preferem abafar suas mágoas na lentidão de gestos e ações o que até dói nos nervos dos observadores. É um tempo perdido quando se necessita de resolver qualquer assunto num banco, apesar das máquinas que agora dão um grande auxílio, o cliente quer mesmo é ser atendido (e bem atendido) pelo contato pessoal, tirando suas dúvidas, fazendo perguntas e dialogando, no entanto, isso não acontece mais. Além de tudo, o que mais dói, principalmente no bolso, são as elevadíssimas taxas cobradas pelos estabelecimentos, o que se considera um descarado assalto às economias dos depositários. E não se tem a quem reclamar. Todo mundo caladinho, bem-educado, esperando com os olhos fixos num painel eletrônico, pedindo a Deus que o número da ficha seja visualizado e se tenha a sorte de resolver tudo de uma única vez pois, comumente o que ocorre é que se tem de voltar outras vezes e passar pelas mesmas desvantagens, inclusive contendo a raiva e testando a paciência. Porque ao invés de gastarem nosso dinheiro com tanto papel, tanta comunicação, correio, etc., não se reduzem as despesas e diminui as cobranças em cima do indefeso depositário. Mas, adianta reclamar?

Absurdo!

O outro assunto que esta semana também está na boca do povo é sem dúvida uma afronta à dignidade, um absurdo: o exuberante aumento dos vencimentos dos Srs. Deputados.

No período das fabulosas campanhas eleitorais, percebe-se que o povo, ou seja, o eleitorado, nutre uma esperança em eleger seus representantes pensando que aqueles eleitos terão seus pensamentos voltados para o bem comum, a solução dos problemas cruciais da população e não seus interesses egoístas, no entanto, cada vez que procura escolher nomes dignos de sua confiança, surge uma nova decepção. O que mais choca o cidadão, trabalhador e pagador de impostos, é verificar o quanto ganham os parlamentares o que significa uma afronta ao indivíduo sofrido que se vale do salário mínimo para sustentar sua família. Como se pode viver dignamente quando a Constituição prevê um salário que possa cobrir despesas de alimentação, vestuário, saúde e educação? Se alegar a proteção da Lei quando se legisla em causa própria é, no mínimo, conveniente. É o benefício da lei sob medida, como diria Boris Casoy, “uma vergonha”. Com estas exorbitâncias se perde totalmente toda confiança nos “representantes do povo”, pois, não que eles devessem ganhar mal, porém assim extrapola qualquer raciocínio. Seria bom vê-los conviver com o mísero salário, que também por lei, se impõe ao cidadão, principalmente ao funcionário público.   

Acho que não perdemos o direito de falar, pois, estamos numa Democracia e, nos resta a expectativa desse governo que tanto promete reformas. Peçamos a Deus que ele consiga realmente arrumar a casa porque o mandato está acabando e paciência tem limites. 

Só pra lembrar: eleições vêm aí.         

Por: Malude Maciel - Jornalista, Escritora e Membro da ACACCIL 
Cadeira 15 – Profa. Sinhazinha.


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