O SPINA NÃO É CONCORRENTE DE NENHUMA FORMA POÉTICA 'a forma da forma'

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Ronnaldo de Andrade.


A nova forma poética SPINA, criada por nós e devidamente registrada, não é, e não foi criada para ser concorrente desse ou daquele tipo de poesia. Esse pensamento não tivemos. Nosso objetivo ao criarmos o SPINA foi pensando em um poema que voltasse a valorizar a língua portuguesa, a gramática normativa, ou seja, a forma culta; mesmo não constando essa obrigatoriedade no texto que trata da estrutura do SPINA. Sem deixar de lado a poeticidades, e, em certos momentos, e de modo consciente, a linguagem informal. Todavia, pedimos que se utilize a forma culta, obedeçam às pontuações, quando exigidas. O conteúdo fica a critério do autor. Ele será responsável pela qualidade do próprio texto. Nós nos responsabilizaremos pela estrutura do poema. Outro objetivo nosso, ao criarmos o SPINA, é fazer com que pensemos no que estamos escrevendo, quais os vocábulos mais adequados, e assim aumentar o nosso glossário de palavras, e, entre outras coisas, nos tirarmos da zona de conforto, poeticamente falando, do automático, da instantaneidade.

Quem se encontra submergido pelo modismo e por tudo que foi falado atrás, de certo irá retrucar sem nenhuma hesitação que o SPINA tem muita exigência; que escreve poesia de versos livres, que não gosta de regras, pois elas o fazem ou o deixam limitado, preso em uma camisa de força.  Ao dizer isso, está demonstrando que lhe falta conhecimento ou que ignora as regras da poesia livre. Sim! Porque é necessário, até mesmo na poesia livre, pensar na estrutura do texto, em sua temática, no desenvolvimento do enredo, na escolha lexical. Não bastando simplesmente só a utilização da palavra. Muitos textos são chamados de “não poesia” ou “negação da poesia” devido à desobediência ou displicência de quem a escreve, fazendo com que o texto se torne uma apelação intensa, em muitos casos. 

No século XXI, era digital, temos a facilidade em mostrar os trabalhos para um grande grupo de pessoas, sem ser necessário sairmos de casa; não nos preocupamos, parece-nos, com a qualidade do que estamos fazendo; entretanto, nossa preocupação são os likes que serão dados em nossos textos. Isso nos deixa com o ego inflado, cheios de si. E quando questionados, a resposta é imediata: “o público curte o que eu escrevo”. 

Tenho conhecimento de poetas e escritores que são bem curtidos, recebem muitos likes; no entanto, ao publicar seus livros, os mesmos ficam sendo pista de poeira em suas prateleiras. Não conseguindo atingir, em muitos casos, 20% daquele público que, aparentemente, curte o que escrevem.

Reafirmamos que o SPINA não é um poema difícil de ser escrito! É um poema técnico, exige paciência, dedicação, respeito pela palavra escrita, habilidade do autor para manusear os vocábulos, saindo da superficialidade, do automatismo. 

Não queremos com isso dizer que esta forma poética tem mais valor do que outras. Nosso objetivo não é esse. Esclarecemos que não a criamos para ser concorrente de outras formas como alguns têm pensado, mas somar às demais. 

Nós temos o livre arbítrio para aderir ou não a esta nova forma de poesia. Tanto elogios, quanto críticas virão, fundamentadas e infundadas, e todas servirão para refletirmos a respeito desta criação e melhorarmos o que for pertinente à estrutura, à forma da forma.  

Temos dito que ainda podem haver lacunas a serem preenchidas. Se há, estão invisíveis aos nossos olhos. Todavia, serão sanadas ao serem detectadas. A espinha dorsal do poema está pronta, mas não descartamos a possibilidade de textos complementários e reformulações.

O SPINA não foi criado por acaso, muito menos devido ao modismo da atualidade; contudo, pensado, como ainda está sendo, em ter características literárias, algo que agregue valor à obra do autor(a) e possa figurar positivamente nos manuais da literatura brasileira. Foi uma necessidade nossa; um desejo de fazermos algo que pusesse o próprio autor a pensar no que está escrevendo e como vai utilizar as palavras antes de entregar ao público.

Se existe alguém que não quer se juntar a nós, nesta profissão poética, deixe-nos passar levando no andor o nosso SPINA, enfeitado de rosas com espinhos e a coruja observando a tudo e a todos.

Somos poucos Spinaístas hoje; entretanto, lá vamos nós, em passos lentos, pisando com cuidado, pois o caminho é longo e esburacado!

Por: Ronnaldo de Andrade - Poeta e Professor, tem quatro livros publicados 
e organizou quatro antologias de poemas SPINAS.


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